segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Inflação de 2010 tem maior alta dos últimos seis anos

SÃO PAULO - A inflação de 2010 foi a maior dos últimos seis anos. O índice, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, foi puxado pelos alimentos e serviços, que subiram muito.
Pra quem gosta de carne, 2010 trouxe um susto atrás do outro: “Quem é carnívoro está sofrendo um pouco mais”, brinca um homem.
Não é preciso ser economista pra saber que o ano passado foi pesado pro bolso. “A gente sabe porque a gente compra a mesma coisa, então dá pra ver a diferença”, conta uma consumidora.
A inflação de 2010 ficou em 5,91%, muito perto do resultado de 2008 e a maior em seis anos. O Banco Central definiu como meta uma inflação de 4,5%, com tolerância de dois pontos pra mais ou para menos. O índice do ano passado ficou acima dos 4.5%, mas dentro da meta.
Sabe o que mais contribuiu para a alta da inflação? De longe, os alimentos, responsáveis por quase metade do índice. E esse é justamente o item que mais pesa no orçamento das famílias, principalmente das que têm menor renda. Na prática, pra essas pessoas, a inflação acabou sendo muito maior.
“A gente não pode deixar de comer”, diz uma mulher.
O preço dos alimentos mais que triplicou em relação a 2009: passou de 3,18% para 10,39%. Em alguns produtos, os reajustes foram ainda maiores: olha o feijão carioca, que aumentou 63,62%; a carne, que subiu 29,64% e o frango, com alta de 14,68%. A salvação foi o arroz, que ficou praticamente estável.
O IBGE explica que os alimentos subiram tanto porque o consumo aumentou no Brasil e em países da Ásia, além de fatores climáticos.
Os serviços também puxaram a inflação: a maior alta, acredite, o preço do motel: 13,86%. Também entraram na lista o custo com empregada doméstica, que subiu 11,82%, estacionamento, com alta de 10,79% e manicure, que aumentou 8,33%. Resultado da procura cada vez maior por esses serviços.
“Isso é uma consequência do crescimento da renda das pessoas. Isso faz parte. É bom que seja assim, o importante é que você controle esse crescimento de tal forma a não gerar inflação”, explica o economista da PUC-RJ José Márcio Camargo.

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